quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Como reduzir pessoal docente e não docente para a felicidade do contribuinte


Uma mensagem que apela diretamente ao coração do sr. contribuinte português, pois se ele paga, logo ele exige.

Assim, e tendo em linha de conta o discurso de destruição redução de despesa na área da educação que este Ministro da Educação tem proferido durante os últimos dois anos, deixo aqui algumas das receitas oriundas de alguns agrupamentos de medidas colocadas em prática, de modo a fazer mais com menos, diminuindo, portanto, o pessoal que tanto custa ao bolso do sr. contribuinte (ou, pelo menos, é o que eles [Governo] repetem constantemente).

Em prol do contribuinte português, aqui ficam as receitas para reduzir o pessoal docente e não docente (a qualidade da educação, essa, não é para aqui chamada visto que ao contribuinte poderá isso pouco ou nada importar):

  • Primeiro deve contar que o seu Ministro das Finanças Educação coloque em prática uma Reorganização Curricular: mexer no currículo, de modo a que corte tudo o que não é essencial (tenho a certeza que o contribuinte não necessita que os seus filhos tenham formação cívica, ou área de projeto, estudo acompanhado e até mesmo uma educação artística de qualidade em detrimento daquilo que é realmente essencial: ler, escrever e contar. Certo?);
  • Deve aumentar o número de alunos por turma (quantos mais melhor, certo? Que boa ideia, pelo menos o seu filho inserido numa turma entre 26 e 30 alunos vai fazer certamente muitos amigos);
  • Criar hiper-mega-agrupamentos ou centros escolares [do 1.º Ciclo ao Secundário] de modo a agrupar as crianças de todas as idades num espaço escolar único (estilo prisão) e assim fechar escolas na periferia (apesar de o seu filho ficar mais longe de casa, é mais "fixe" para ele, pois assim pode ir para longe de si e ir para a grande cidade);
  • Escolas do 1.º Ciclo com menos de 48 alunos não têm direito a contar com pessoal não docente (nesse caso, o seu filho poderá ser autodidata na gestão de crises no recreio e também poderá aprofundar alguns conhecimentos no que concerne a primeiros socorros);
  • Em cada turma do 1.º Ciclo obrigar cada docente lecionar diversos anos de escolaridade ao mesmo tempo (assim o seu filho poderá aprender simultaneamente diversas matérias mais avançadas).

De certeza que o "contribuinte português" que não tem filhos em idade escolar deve desde já estar bastante alegre com estas medidas que, não só implodem a escola pública onde o sr. contribuinte estudou em tempos passados, como supostamente poupará uns eurozitos em impostos. Ou talvez não, mas o que interessa afinal isso?

Agora permita-me perguntar: e quando o sr. contribuinte feliz com tanta poupança e uma escola mínima tiver filhos? E netos? Como acha mesmo que será a escola para eles?


Ao contribuinte interessado em saber o que andam a fazer com o seu dinheiro, deixo mais algumas considerações aqui.



(Bansky)

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