quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Desabafo...


Quando nos telefonam de um município para considerar uma oferta de emprego nas AECs a rondar os 137 euros mensais, sabemos que a realidade nos está a dar uma bofetada na cara e que ser professor em Portugal é ser-se uma espécie de vagabundo dos dias modernos.

Volto a repetir o que já disse antes: os professores são uma classe de mão estendida.

E depois constatamos que os que nos impõem medidas "duras" para que, pretensamente, ajudemos o país a ultrapassar a situação de crise que atravessa, são os mesmos cujos rendimentos auferidos nunca se aproximaram ou aproximarão (felizmente para eles) daquele que acabo de mencionar. 

- Duro é a sensação de estar preso nesta realidade devido aos erros daqueles que nunca serão confrontados com estas condicionantes de vida. Os mesmos que quando as coisas atingem o pico podem sempre "emigrar" das situações sem qualquer responsabilidade ou julgamento pelos erros feitos.

- Duro é querer trabalhar, ter capacidade para trabalhar e não conseguir porque não há condições para aceitar os parcos trabalhos que aparecem. Tudo se resume a isto: é trabalhar ou comer.

- Duro é viver todos os dias com a sensação que a nossa liberdade é posta em causa em favorecimento da liberdade dos outros. E quando assim é, uma coisa eu sei: isto não é uma democracia.

Tudo isto num país em que os que recebem vencimentos a partir dos 600 euros são, aparentemente, considerados ricos.


(Bansky)
 

1 comentário:

  1. A mim ofereceram-me 240 euros mensais, sendo que já estive 4 anos nesse agrupamento!É a consideração!

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