sábado, 4 de janeiro de 2014

Não gosto de embandeirar em arco...


...quanto à possível morte da PACC, simplesmente porque ela ainda não morreu (permanecendo no ECD).


Eu sei que vou repetir-me, mas confesso que sinceramente não penso que seja tempo de celebrações porque, para mim, a PACC é somente uma das inúmeras medidas injustas e destruidoras que caíram em cima dos docentes, deixando muitos sem emprego e sem futuro.

Creio que só celebrarei com pompa e circunstância quando:

- Houver a implementação de uma nova reorganização curricular que implique uma ideia para a Educação em Portugal, assegurando, sobretudo, que tudo que foi retirado aos alunos e aos professores seja restituído e melhorado; 

- Tivermos um governo que verdadeiramente dignifique a carreira docente e respeite as suas especificidades, colocando os docentes no centro das políticas educativas e não os percepcionando como meros "instrumentos" das mesmas;

- O espectro da PACC efectivamente morrer, dando lugar a uma avaliação séria, justa e equitativa para todos e se dê a devida importância à avaliação dos professores através de uma verdadeira formação contínua;

- Existir, sobretudo, uma atenção especial quanto aos milhares de docentes desempregados que, sendo altamente qualificados, poderiam colmatar possíveis necessidades nos variados sectores da administração pública. 

De salientar uma última nota: os sindicatos poderiam retirar verdadeiras ilacções desta luta em particular. A decisão da FNE e algumas declarações menos felizes de Mário Nogueira só fragilizam a posição dos sindicatos. No meu entender, os sindicatos perdem cada vez mais os professores devido à falta de coragem de alguns sindicalistas em "dar o peito às balas" e à pouca transparência em matéria negocial com os governos (alguém conhece realmente os critérios que estiveram na base do acordo firmado entre o MEC e a FNE?). 

Penso que os docentes deveriam, igualmente, retirar ilacções quanto às questões sindicais, porque cabe aos professores o dever de "pressionar" os seus sindicatos a agir da forma mais correcta e justa para todos e, sobretudo, o dever de se interessarem mais pela defesa dos seus interesses.

Concordo com o João Paulo: esta luta (a PACC) deveu-se à coragem de muitos (dentro e fora dos sindicatos) e esta lição não devemos nem podemos esquecer (espero, sobretudo, que os que boicotaram os boicotes entendam o alcance das manifestações dos seus professores). 


(Anabela Magalhães)

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