quinta-feira, 23 de abril de 2015

Espaço do Correspondente - Eduardo de Montaigne

A hipnose social
1. A máquina do tempo



Informo os estimados leitores que regressámos ao passado para compreender o presente e evitar a depressão com o futuro. Explico…

A economia no Paleolítico era de subsistência, ou seja, não se acumulavam alimentos nem se produzia para o comércio, mas apenas para a sobrevivência do grupo. Os bens de produção do grupo, ferramentas, utensílios, eram de propriedade coletiva. Os homens organizavam-se em pequenos grupos, cuja liderança era do mais forte e experiente. Aos homens cabia a tarefa de caçar, pescar e proteger o grupo. As mulheres tinham como função preparar o alimento e cuidar dos filhos. A vida neste período baseava-se na caça de animais, pesca, coleta de frutos, folhas e raízes. Os homens neste período eram nómadas. Durante o período Paleolítico a humanidade evoluiu lentamente. Os objetos fabricados eram rudimentares e o modo de vida era dependente do meio natural. 

Há cerca de dez mil anos, registou-se porém uma profunda transformação. O Homem descobriu a agricultura e começou a domesticar e a criar animais. Ao não necessitar de se deslocar para obter alimentos, os grupos humanos fixaram-se numa região e, dispondo progressivamente de melhores meios para criar maior riqueza, tornaram-se cada vez mais numerosos.

Chega-se à Idade Média e acontecem novamente transformações. A implementação do Feudalismo como modelo económico. Assentava principalmente na agricultura, realizada nas grandes propriedades rurais. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. A produção era baixa devido aos instrumentos serem extremamente rudimentares. Embora o comércio existisse, não era uma atividade predominante. Apesar da pouca utilização, as moedas exerciam um papel fundamental nas trocas monetárias. O feudo era a base económica deste período: quanto mais lotes de terra se possuía, mais poder se adquiria. 

O feudalismo era o modo de produção utilizado durante a Idade Média para sobrevivência. Começa aqui a construir-se mais vincadamente uma organização social que estabelecia o lugar que cada pessoa deveria ocupar. Naquela época havia muitos ataques de invasores e a população mais carente começou a obedecer aos mais ricos de determinada região para usufruir de proteção. Os camponeses viravam servos desses senhores ofertando seus alimentos e terras. Os servos tinham como obrigação servir e entregar a maior parte dos alimentos que produziam. As suas terras eram emprestadas aos senhores e a servidão era passada de pai para filho. Os nobres recebiam o nome de senhores feudais e eram donos dos feudos, locais seguros, onde eles produziam a própria comida. Começou aqui a cobrança institucional de impostos.

Um dos impostos cobrados era a talha, onde tudo que era produzido era repassado ao senhor feudal. Também havia um imposto para se poder utilizar os moinhos e fornos do senhor. Os filhos que herdavam a servidão dos pais tinham que pagar o imposto da Mão Morta como imposição para continuar servir o senhor.

A crise do sistema feudal começou no século XI. A expansão da agricultura, a ampliação das áreas para o cultivo, como bosques e pântanos, geraram um crescimento populacional fortíssimo. Esse crescimento populacional acarretou o aparecimento de vários problemas sociais como o banditismo, miséria, e guerras internas por mais terras. 

Depois vem o Mercantilismo, doutrina de pensamento económico que prevaleceu na Europa durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Propunha que o governo devia exercer um controle férreo sobre a indústria e sobre o comércio para aumentar o poder da nação, ao conseguir que as exportações superassem em valor as importações. O mercantilismo era um conjunto de sólidas crenças, entre as quais cabe destacar, que era preferível exportar para terceiros a importar bens ou comercializar dentro do próprio país. Havia a convicção de que a riqueza de uma nação depende sobretudo da acumulação de ouro e prata, e a justificação da intervenção pública na economia visava isso mesmo, acima de tudo. Com os descobrimentos das Américas e a cada vez maior exploração através da navegação, atingiu-se o auge.

Eduardo de Montaigne


(3D on the Rocks)

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